11 novembro 2008

Assédio moral no trabalho






Pais dedicados acompanham o desenvolvimento de filhos com muito amor e proteção. Colocam-nos num bom educandário. E um dia, finalmente, saboreiam a vitória: o filho recebeu o tão almejado diploma de graduação e está apto a enfrentar o competitivo e globalizado mercado de trabalho. Mas isso não será problema, já que adquiriu, no decorrer dos anos, as ferramentas para ser bem-sucedido.

Todavia, há um, dentre tantos obstáculos e dissabores que enfrentará ao longo da sua carreira profissional, do qual lhe falaram meio que superficialmente: o assédio moral, esse mal perverso e silencioso que corrói os corações e envenena a alma, e que está mais alastrado e arraigado do que imaginamos.

A violência moral no trabalho constitui um fenômeno internacional, segundo levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT), feito em países desenvolvidos. As perspectivas são sombrias para as duas próximas décadas, pois, segundo a OIT e a Organização Mundial da Saúde, estas trarão o “mal-estar da globalização”, nas quais predominarão depressões, angústias e outros danos psíquicos relacionados às novas políticas de gestão na organização de trabalho e que estão vinculadas às políticas neoliberais. Hoje, no Brasil, existem mais de 800 projetos de lei relacionados a esta prática em diferentes municípios, e vários já foram aprovados. No âmbito federal, há propostas de alteração do Código Penal.

O assédio moral no trabalho ocasiona desordens emocionais, atinge a dignidade e a identidade da pessoa, altera valores, causa danos psíquicos, interfere negativamente na saúde, na qualidade de vida e pode levar à morte. Mas esses humilhados não são os incompetentes, inexperientes e sem qualificação profissional. O alvo do agressor é aquele que ele reconhece qualificado e produtivo, e muitas vezes uma ameaça ao seu lugar. A vítima é isolada do grupo, passando a ser hostilizada, inferiorizada, culpabilizada, ridicularizada e desacreditada diante dos colegas de trabalho. Com isso, a vítima vai gradativamente se desestabilizando, se fragilizando e perdendo sua auto-estima.

Reagir, denunciando o agressor, é a única forma de coibir essa prática cruel, pois o silêncio, o medo e a omissão fortalecem o agressor, além de que são formas de compactuar com o mesmo, deixando-o livre para continuar com sua empreitada terrorista, porém silenciosa e camuflada, por onde quer que passe.


Autora: EVELY RUTHZATZ/ Professora de Língua Portuguesa
Fonte: JSC - 11/11/2008


Já passei por isso e me prejudicou muito. Foi dificil entender o que estava acontecendo e superar o problema. Há pouco, um colega de trabalho da época pediu desculpas por ter feito parte do grupo que me repudiou.


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